quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


“E era por isso que ela gostava daqueles abraços. Os apertados. Porque era ali. Era ali que ela encontrava tudo o que havia de mais bonito.”
— Caio Fernando Abreu.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


“Tu não presta e eu fui logo arrumando um jeito para gostar disso também. Sabe quando a gente quer parar de se obrigar a insistir em alguém, mas de todas as coisas que tu precisa para isso, nenhuma te faz mudar de ideia? E tu, tu é isso aí, o relacionamento mal curado que eu sempre ajudo, o instante que deixa saudade, o tipo de pessoa que a gente tem que pelo menos tentar tomar cuidado, mas ó, lá se foi o pouco de jeito, tu ficou de repor meu ânimo, eu gostei de quem eu era, só que antes da gente se estragar. Tu era o problema da luta comigo mesma para que quando eu dissesse que acabou, tu me vencesse, aí eu te confiava tudo, te deixava no meu lugar. Tu só não aprende a me descomplicar. Porque eu só posso gostar de me martirizar usando as tuas coisas como minhas, não é? E me fragilizar para levar o que eu tenho contigo. Contra mim eu posso tudo, contra ti eu finjo que não torço por nada. Até deixo que tu participe das coisas que eu sei e achar graça do que eu também não entendo. E tu resolve me deixar sem gosto de todo o jeito, senta e espera, tu nunca mais chegou. Quando eu enjoo, tu só volta para dizer que quer dar jeito no que não dava, aí se desespera e não se atrasa. Me guarda nas mãos, me esconde no peito, me pede para lembrar de voltar.”

Eu me esqueci no armário.
Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!
Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.
Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.
— Mário Quintana


“Ele é cheio de garotas, pela primeira vez na vida sorri ao pensar isso. Tá certo, ele é bonitão, rico, engraçado e safado. Que mulher não se apaixona por ele? Eu. Eu não me apaixono mais por ele. O que significa que agora podemos nos relacionar. O que significa que agora, posso ficar tranquilamente ao lado dele sem odiar meu cabelo, minha bunda e minha loucura. E posso vê-lo literalmente duas vezes ao ano, sem achar que duas vezes na semana são duas vezes ao ano. E posso vê-lo ir embora, sem me desmanchar ou querer abraçar meu porteiro e chorar. Consigo até dar tchauzinho do portão. Tchau, vou comer um pedaço de torta de nozes e assoviar. Tchau, querido mais um ser humano do planeta!”
— Tati Bernardi

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012



“Um dia eu tive a impressão de que o amor tinha chegado. Meio súbito, meio sem jeito, meio calado. E aquele sentimento veio tomando conta feito nuvem preta no céu em dia de temporal. Começou um vento forte dentro de mim, uma sensação de inquietude. E minhas noites não foram mais iguais. Ficava esperando um sinal, uma marca, uma tatuagem. Alguma coisa que me dissesse que, sim, seria bom e duradouro . Eu queria gritar, pedir socorro, mas a voz não chegava até a boca, não conseguia emitir nenhum som. Eu queria viver, sentir, saber, conhecer mais de perto aquilo que não tinha um nome certo, mas que eu queria que fosse amor. A gente quer que seja amor sempre. Acho que isso acontece porque a gente quer viver uma coisa bonita, uma coisa que todo mundo nessa vida diz que vive ou já viveu.”
Clarissa Corrêa


"Ele é chato, bobo, irritante, grosso, implicante e você odeia isso com todo o seu amor."

— WILSON NETO.