domingo, 12 de dezembro de 2010

Hoje eu não vejo a lua, eu vejo um borrão nesse céu ainda claro em plenas oito horas da noite. Lua, cadê você, eras uma ótima amiga pra lágrimas e textos. Mas agora nem lágrimas, nem lua, nem texto. Isso é um borro de palavras, um borro de lágrimas, um borro de lua. E um borro de amor. Uma pincelada mal feita em uma tela, um amor novo sendo pintado no coração. Mal feito, lento, e até um tanto estranho. Lua, cadê você? Tenho algumas perguntas pra ti novamente. Esses borros só que me atrapalham, quero fatos concretos, linhas certas, algo definido. Nuvens, deixem que a lua entre e me clareie a mente! Vamos, eu preciso de alguma luz. É um blackout na vida, sabe, escuridão total e nenhuma vela por perto. Só que os blackouts que eu conhecia duravam no máximo uma ou duras horas, mas esse tá a quase um mês. Tem um problema aí, não tem lua? Ah é, a lua não veio hoje, só veio o borro dela. O amigo também não veio, deixou-me um bilhete borrado, e se fora. O amor também não veio, deixou um beijo borrado no colarinho e se fora. O texto não chegou hoje, deixou-me essas palavras borradas e se fora. 
( Lara Oliveira )


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