sábado, 23 de julho de 2011

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica…

- Vinícius de Moraes

3 comentários:

♥Luciana de Mira♥ disse...

Linda posstagem!

Leo disse...

gosto muito dos sonetos de Vinicius, esse é um dos melhores!!

Um beijo!

E obrigado pela força, estou melhor sim!!

CEM PALAVRAS disse...

Sempre bom ler Vinícius. Obrigada por publicá-lo e trazê-lo até nós.
beijos