domingo, 31 de julho de 2011


''Vamos minha menina, comece a me contar por onde me perdi, em qual dessas ruas amargas que passei eu acabei por te encontrar. Quero que me digas o que é que tu tens que me prende tanto a ti, o que é que tu tens que me deixa tão vidrado, fascinado. Tu és uma poesia, não é, minha pequena? Ande, me conte alguns dos teus artifícios. Pode começar dizendo como tu fazes isso comigo. Como é que tu tomas conta das minhas pernas? Como é que tu fazes elas tremerem assim? Parece que meu corpo é teu, só responde a você. Tô vendo que tu és pequena assim, mas é travessa, não é? Tem tantas artimanhas… E essas borboletas do meu estômago, parecem querer sair voando, por causa de ti. Até nelas tu mandas agora? Não vou nem mencionar sobre minha mente, sabes que ela é tua e não é de hoje. Na verdade, só queria que soubesses que ela não é totalmente tua. Parece viver em função de ti, mas ainda fantasia meus desejos mais insanos e desesperados, não os teus. Talvez isso tudo nem seja culpa tua… talvez seja culpa desse amor todo, quem sabe. Ou talvez isso tudo seja um monte de coisas que não passaram, que ficaram e eu acho que é amor. Não sei nada ao certo, mas, eu quero ir mais longe. Como se fosse uma garrafa da melhor bebida, eu quero ir provando delicadamente pra sentir um pouco mais do gosto. Do teu gosto.''
João Amaral e Ana Paula Amorim

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